O irreal que acontece. Pessoas que não existiam, saem de um palco escuro.
O negro, o branco, o biombo: uma sombra. A voz que rasga violentamente o ar. A pose que se crava na memória. O cheiro que penetra a alma, tornando mais intensa e poderosa a palavra.
Tudo são fantasias inocentemente pueris. Sonhos com asas nos pés para ir onde a vontade determinar.
Os contrastes.
A música.
O impacto.
A poesia.
Predomina o invulgar – em tudo!
Sem rótulos, só essência: sentir o que se diz, o que se ouve, o que se vê, o que se saboreia, sentir igualmente o que se cheira...
Serão as coisas simples da vida, as mais belas?!
Vida ou morte?
Luz ou sombra?
Música ou silêncio?
Opostos que, inevitavelmente, se anulam ou se atraem(?!).
É o jogo de contrastes que gera movimento, acção – a qual faz com que os espíritos mais pacíficos se revoltem e revolvam as velhas ideologias.
O espectáculo memorável capta todos os sentidos que uma pessoa possa ter; e as sensações – essas – ficam gravadas e guardadas numa parte específica da memória da saudade.
“O teu rosto é uma máscara. Quando quiseres tirá-la não consegues porque ela está demasiado colada a ti; e se, por fim, a tirares verificas que já estás velho”. São as palavras exactas, no local correcto e na hora mágica.
Serão loucos ou viveram a vida?
São adultos, mas crianças.
São livres – almas e corpos – e são felizes.
Sem rótulos.
Encenações.
Teatro.
Farsas... vidas... tentativas...
Sobrevivência ou vivência (?!)...
Mentiras... enganos... lapsos...
Ocultar... escusar... vibrar... delirar...
Vidas... farsas...
A vida é um palco!
Cada um representa o seu papel.
Cada um tenta escapulir-se por onde (e como) puder.
Por vezes, a encenação é melhor que a acção desenrolada.
Por vezes, o papel é vivido de alma e corpo, não deixando espaço para dúvidas sobre a sua veracidade.
A escola da vida é mais fundamentada que os saberes académicos, dizem. É preciso é saber decifrá-la, dizemos nós!
À noite, os actores despem os seus papeis e são o que a essência ínfima demanda.
À noite, no escuro, é fácil falar de tudo, de modo liberto. Os espíritos vogam no espaço como reis e senhores de um território sagrado. De noite não são necessárias máscaras.
À noite somos o que a natureza demanda que sejamos...
Bons ou maus, verdadeiros ou mentirosos, sonolentos ou alucinados, ébrios ou sóbrios...
À noite, o medo esconde-se em casa, com medo da liberdade absoluta!
O medo só existe quando não há certezas, só permanece quando há valores inferiores que se sobrepõem à libertação total.
É o medo que faz com que se viva num palco onde, constante e diariamente, são interpretadas farsas, encenações vis, sem sustentáculos fortes.
Por tudo isso, a vida se torna uma constante luta pela sobrevivência: uma luta num jogo labiríntico de mentiras, enganos, verdades, delírios, desculpas...
A chuva bate nos vidros. Indiferente a tudo e todos. Será ela igualmente indiferente ao seu destino? Está o tempo perf...
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